Dia da Terra 2022
- Reprojeto | Bianca
- 14 de abr. de 2022
- 5 min de leitura
Oii, como vocês estão? Espero que bem!

Semana que vem, no dia 22 de abril, teremos o Dia da Terra. E este ano o tema é “Investir no Nosso Planeta”.
Segundo a presidente do earthday.org, Kathleen Rogers, o objetivo deste ano é “redirecionar toda a nossa atenção para a criação de uma economia do século 21 que traga a cura e a saúde de volta ao nosso planeta, que proteja todas as nossas espécies, incluindo a nossa própria, e que promova oportunidades para todos no planeta”.
Mas para isso, nós temos que agir agora, implementando mudanças em nossa sociedade. Ela argumenta que “pessoas, governos e empresas têm medo de mudanças, mas o status quo, a forma como nós vivemos hoje, está mudando diante dos nossos olhos”. E essa é a verdade, se pensarmos em como o clima tem estado totalmente diferente do que estávamos acostumados (em novembro do ano passado estava “frio” no Rio, agora no fim de março nevou em grande parte da Europa), como a pandemia afetou e ainda tem afetado a forma como temos vivido nos últimos 2 anos, a vida está mudando independente de nós gostarmos ou não de mudanças.
Porém, para que as mudanças necessárias sejam feitas, conforme Kathleen, “indivíduos, empresas, empresários, inventores e governos, todos têm um papel único na construção do nosso futuro”, ou seja, a participação de cada um de nós é essencial para conseguirmos ter o futuro saudável que queremos. Continuando, ela afirma: "nós precisamos agir individualmente e juntos” e temos que investir no nosso planeta.
A campanha é dividida em três frentes: "construir um futuro próspero e igualitário", "construir cidades, países e economias saudáveis", e “esse é o único lar que temos, precisamos de todos, enquanto ainda temos tempo”.
- Construir um Futuro Próspero e Igualitário
Para construir um futuro próspero e igualitário, as empresas são fundamentais. Elas contribuem para a maior parte dos impactos gerados pela nossa economia e são as maiores responsáveis pela geração de empregos. Elas também são as que colocam em prática as diretrizes dos governos, implementando tanto medidas de igualdade social, quanto as práticas que protegem o meio ambiente. Mas elas também vão além, inovando e mudando elas mesmas o status quo conforme seus valores e missões, ainda que muitos governos não tenham rígidas regulamentações de proteção socioambiental.
Por isso, sua participação na construção de um futuro sustentável é crucial e precisamos de mais empresas valorizando e protegendo o meio ambiente e os direitos humanos. Mas se engana quem pensa que práticas socioambientais são apenas gastos/prejuízo para as empresas. Esse pensamento já ficou há muito tempo no passado (no século passado, para ser mais exata) e, hoje, empresas que não se preocupam com seus impactos ambientais e sociais estão perdendo competitividade e rendimentos.
Pesquisas mostram que empresas que implementam práticas sustentáveis em seus negócios têm maior lucratividade, finanças mais fortes, funcionários mais felizes e ações mais resilientes.
- Construir Cidades, Países e Economias Saudáveis
Os governos são peça-chave para alavancar o desenvolvimento sustentável e construir cidades, países e economias mais saudáveis e resilientes.
Infelizmente, ainda que muitas empresas estejam mudando suas práticas por conta própria e incorporando medidas de igualdade social ou de redução de impacto ambiental, a grande maioria precisa de pressões ou incentivos por parte do governo para fazer o que é certo. Mas não são só empresas que precisam desse “empurrãozinho" (ou “empurrãozão” para algumas), cidadãos também precisam. Muitos nem entendem a real situação que vivemos no nosso planeta e como isso afeta a sua realidade e a realidade de pessoas muito mais desprivilegiadas. Daí a grande importância dos governos com suas medidas topdown (de cima para baixo) para alavancar o desenvolvimento sustentável e igualitário necessário. Sem eles, o processo se torna muito mais lento, e, cá entre nós, não temos tanto tempo assim. Aliás, com eles sendo contra e incentivando práticas antiquadas, o processo retrograda e, sendo bem franca, tudo o que conseguimos evoluir até hoje se torna praticamente inútil.
Através de incentivos fiscais, como redução de impostos e facilidade de financiamentos, regulamentações rígidas, fiscalizações e parcerias público-privadas, os governos estimulam tanto empresas quanto cidadãos a investirem em práticas sustentáveis.
Isso sem contar o papel fundamental que desempenham ao projetarem e planejarem o desenvolvimento das cidades, por exemplo, com saneamento básico, transporte público e produção de energia, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil.
- Esse é o Único Lar que Temos, Precisamos de Todos, Enquanto Ainda Temos Tempo
E chegamos ao nosso papel como indivíduos/pessoas. Nós temos o poder de fazer nossas vozes serem ouvidas, seja através de nossas escolhas, nossas ações cívicas ou nossas interações pessoais.
Nossas escolhas impactam, porque o dinheiro fala e tem poder. Sobre o que se fala o tempo todo nas mídias e em economia? Sobre as empresas que possuem maior valor, que vendem mais, que lucram mais, independente se elas são empresas com bons valores e práticas. Por isso, todas as vezes que escolhemos comprar ou deixar de comprar um produto, ou serviço, quando escolhemos essa ou aquela marca, estamos mostrando às empresas que apoiamos ou não seus valores e sua forma de fazer negócio. Quanto mais pessoas estiverem deixando de gastar seu dinheiro com empresas que não se preocupam com a preservação ambiental e com o bem-estar social (tipo "tosse" fast fashion “tosse”), e estiverem se tornando clientes de empresas socioambientalmente responsáveis, mais nós conseguiremos mudar o status quo.
É só a gente pensar o quanto muitas empresas de fast fashion, como H&M, adidas, Nike, mudaram ao longo dos anos, fazendo todo um greenwashing de suas marcas, porque as pessoas deixaram de comprar delas e também começaram a pressioná-las publicamente e também discretamente. Chegando ao meu segundo ponto: nossas ações cívicas impactam, porque é por meio de manifestações que exigimos mudanças, seja através de greves, de protestos nas ruas, seja através de assinatura de petições, seja enviando um email para as empresas dizendo que não gostamos da forma como elas agem, ou seja através de publicações nas mídias sociais. E, a mais importante de todas as ações cívicas: VOTANDO, mas votando com consciência, conhecendo o histórico dos candidatos e quais são suas propostas; e, depois de votar, exigir de quem elegemos ou dos que foram eleitos, e do poder público, que as propostas sejam cumpridas.
Por fim, nossas interações pessoais impactam, e impactam muito. Isto porque nós somos o tempo todo exemplos para familiares, amigos e estranhos, mesmo que a gente não perceba. A forma como nos vestimos, agimos, postamos, influencia direta e indiretamente o nosso meio, isso sem falar de quando nós diretamente falamos com as pessoas próximas sobre esses temas de sustentabilidade. Inúmeras vezes já me perguntaram os motivos que me levaram a ser vegetariana, porquê eu escolhi fazer engenharia ambiental, porquê eu recuso canudos, e muitas outras coisas, que eu não me lembro mais. Portanto, "sejamos a mudança que queremos ver no mundo"!
Bom, é isso por hoje. Espero que vocês tenham gostado. Lembrando que o Reprojeto agora tem instagram (@reprojeto.b). Fiquem bem. Tchau.
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